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Por que o BC deve subir os juros novamente hoje? Entenda o impacto na economia

  • Foto do escritor: adinan85
    adinan85
  • 18 de set. de 2024
  • 4 min de leitura

O Banco Central está inclinado a aumentar a taxa de juros devido à inflação persistente e à tentativa de controlar o consumo e a demanda interna.

Nesta quarta-feira, dia 18, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai anunciar, no início da noite, sua decisão sobre a taxa de juros da economia, a Selic, atualmente fixada em 10,50% ao ano. A expectativa predominante é de que o comitê inicie um novo ciclo de aperto monetário, com um aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.), elevando a Selic para 10,75%. Se confirmado, este será o primeiro aumento desde agosto de 2022.


Brasil Indo na Contramão das Tendências Globais

Essa decisão do Banco Central brasileiro vai na contramão das tendências observadas em outros bancos centrais ao redor do mundo. O Federal Reserve, dos Estados Unidos, também se reúne nesta quarta-feira para deliberar sobre sua taxa de juros, e a expectativa é de que decida por uma redução. Na semana passada, o Banco Central Europeu também cortou suas taxas. Segundo um levantamento da Reuters, cerca de metade dos 18 mercados emergentes monitorados pela agência já iniciaram um ciclo de cortes nos juros.

As taxas de juros são uma ferramenta de política monetária utilizada para controlar a inflação, e seu ajuste é feito com base nas condições econômicas do país. A meta de inflação para 2024 é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 p.p., podendo variar entre 1,5% e 4,5%.


Cenário Econômico do Brasil e Riscos Inflacionários

O atual cenário econômico do Brasil apresenta sinais de aquecimento. O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2024 surpreendeu, registrando crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, superando até mesmo as expectativas do governo. Entretanto, as projeções de inflação para 2024 estão acima do teto da meta.


O Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que reúne as expectativas do mercado financeiro, apontou uma inflação anual projetada de 4,35%, representando a nona alta consecutiva nas estimativas. Para 2025, a previsão também aumentou, passando de 3,92% para 3,95%.


Além disso, o mercado de trabalho brasileiro segue aquecido, com um recorde de 102 milhões de pessoas empregadas, o que levou a taxa de desemprego a níveis historicamente baixos. Apesar disso, o aumento da renda permanece tímido.

Esse conjunto de fatores gera preocupações quanto aos riscos inflacionários, o que torna mais provável que o Copom continue a apertar a política monetária nas próximas reuniões.


Desafios Fiscais e Impacto da Alta dos Juros

O governo enfrenta dificuldades em equilibrar as contas públicas, adicionando mais incertezas ao cenário econômico. O Boletim Focus aponta para um déficit primário de 0,60% do PIB em 2024, um número distante da meta de déficit zero estabelecida para o ano, com uma margem de tolerância de 0,25 p.p. para mais ou para menos. O próprio governo projeta um déficit de R$ 28,8 bilhões para 2024, que corresponde ao limite inferior da meta fiscal.


Efeitos Colaterais de uma Selic Alta

Por um lado, uma taxa de juros mais alta ajuda a conter a inflação; por outro, ela afeta negativamente a economia. A elevação da Selic, por exemplo, pressiona a desvalorização do real frente ao dólar e eleva as dúvidas do mercado sobre a capacidade do governo de cumprir a meta fiscal. Isso porque uma parte significativa da dívida pública está atrelada à Selic, e juros mais altos aumentam o custo dessa dívida.


Além disso, taxas de juros elevadas tornam o crédito mais caro, impactando tanto empresas quanto consumidores. Setores como o industrial, que já enfrentam desafios para crescer, encontram maiores dificuldades para realizar novos investimentos devido ao custo elevado do crédito. Do lado dos consumidores, a compra de bens de maior valor, como imóveis e veículos, também é afetada, aumentando o endividamento das famílias.


Impacto nos Investimentos

O cenário de juros altos também influencia os investimentos no país. Investimentos de renda fixa, especialmente os indexados à Selic, tornam-se mais atraentes, enquanto as empresas enfrentam maior dificuldade em captar recursos no mercado de ações. Isso afasta investidores da renda variável, reduzindo o apetite por investimentos em ações.


Transição no Comando do Banco Central

Além da expectativa pela decisão sobre a Selic, esta reunião do Copom marca um momento de transição na liderança do Banco Central. Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a presidência do BC a partir de 2025, em substituição a Roberto Campos Neto. Galípolo será sabatinado pelo Senado em outubro, e sua posse está prevista para janeiro de 2025.

Esta é a primeira vez que ocorre uma transição desse tipo, resultado da lei de autonomia operacional do Banco Central, aprovada em 2021.


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