Desembargador Explica Recusa do Habeas Corpus a Deolane: 'Afronta Inaceitável'

Deolane Bezerra Volta à Cadeia e Tem Novo Habeas Corpus Negado: Investigada por Lavagem de Dinheiro de Jogos Ilegais

A influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa no último dia 4 de setembro em Recife (PE) como parte da Operação Integration. Cinco dias depois, em 9 de setembro, ela foi liberada por meio de um habeas corpus, um direito previsto por ter uma filha menor de 12 anos. No entanto, as condições de sua liberação incluíam medidas cautelares que impediam Deolane de dar entrevistas ou se manifestar sobre o caso. Após colocar tornozeleira eletrônica e ser libertada, a influenciadora desrespeitou essas restrições ao falar com a imprensa e compartilhar uma foto no Instagram com a boca coberta por uma fita com um "X" no meio.

Reprisão e Decisão Judicial

Devido ao descumprimento das medidas cautelares, Deolane foi novamente presa. Em decisão publicada na quarta-feira (11/9), o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão negou um novo pedido de habeas corpus e afirmou que Deolane desafiou a ordem judicial assim que saiu da unidade prisional.

“A autoridade policial informou que, assim que a paciente [Deolane] saiu do estabelecimento prisional, ela imediatamente se manifestou sobre o processo para a imprensa e postou uma mensagem nas redes sociais que, subliminarmente, remetia ao processo, desrespeitando as medidas cautelares impostas”, explicou o desembargador.

Tentativa de Mobilização e Financiamento de Manifestações

De acordo com o desembargador, Deolane tentou mobilizar a população contra a investigação. Ele destacou que a tentativa de influenciar a opinião pública sobre o andamento do processo é grave, especialmente porque o caso envolve crimes de grande magnitude contra o Estado e a sociedade.

Além disso, foi relatado que familiares de Deolane financiaram manifestações em sua frente, em apoio à influenciadora, diante da Colônia Penal Feminina do Recife. O desembargador considerou essa ação como evidência da inapropriada permanência de Deolane em suas instalações, justificando sua transferência para a prisão em Buíque, no Agreste de Pernambuco.

Prioridade da Justiça e Repercussões

A decisão judicial ressaltou que a concessão do primeiro habeas corpus foi motivada principalmente pela situação da filha de Deolane, mais do que pela situação dela própria. O magistrado lamentou que a influenciadora não tenha demonstrado a mesma consideração por sua filha que a Justiça brasileira teve ao conceder o habeas corpus.

“Se a paciente [Deolane] foi autorizada a deixar o cárcere, foi exclusivamente em consideração ao bem-estar de sua filha. Lamento que Deolane não tenha dado à sua filha a mesma prioridade e cuidado que a Justiça deu, mas diante da gravidade dos fatos, a decisão da juíza em decretar sua prisão preventiva foi acertada”, declarou o magistrado.

No segundo pedido de habeas corpus, a defesa de Deolane argumentou que, ao sair da Colônia Penal Feminina do Recife, ela havia dito às pessoas presentes que não poderia se manifestar, mas a presença excessiva de pessoas ao seu redor levou-a a se sentir injustiçada, embora não tenha dirigido suas palavras a ninguém em particular.

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