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Deputado Glauber Braga é detido pela PM durante manifestação no Rio de Janeiro

  • Foto do escritor: adinan85
    adinan85
  • 20 de set. de 2024
  • 3 min de leitura

Em um episódio surpreendente, o deputado Glauber Braga foi detido pela Polícia Militar enquanto participava de uma manifestação no Rio de Janeiro.


Nesta sexta-feira (20), o deputado federal Glauber Braga (PSOL) e três estudantes foram presos durante a desocupação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A operação foi realizada pela Polícia Militar e todos os detidos foram levados para a Cidade da Polícia.


A ação policial foi baseada em uma decisão judicial da 13ª Vara de Fazenda Pública, que determinou a reintegração de posse e a desocupação total dos prédios da universidade, ocupados por estudantes desde julho. Os manifestantes estavam protestando contra cortes em benefícios para bolsistas.


Por volta das 13h20, policiais do Batalhão de Choque entraram na UERJ pelo portão 7, utilizando bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.


Confronto entre policiais e estudantes

Testemunhas relataram que alguns estudantes arremessaram pedras e pedaços de madeira contra os policiais, que responderam de forma proporcional. Segundo a reitoria da UERJ, um policial foi ferido e encaminhado ao hospital. Não houve registros de feridos entre os estudantes.


O deputado Glauber Braga, presente no local para prestar apoio aos alunos, também foi detido pela polícia. A ação policial foi transmitida por emissoras de TV.


Manifestantes bloquearam a Avenida Rei Pelé, importante via da Zona Norte do Rio de Janeiro, e colocaram fogo em pneus. Alunos que estavam do lado de fora tentaram acessar a universidade para se unir ao protesto.


Às 15h10, a Polícia Militar confirmou a desocupação total da universidade.


Decisão judicial e uso da força

Durante a semana, a juíza Luciana Losada já havia emitido uma ordem de desocupação com prazo de 24 horas para a liberação das áreas ocupadas, mas os estudantes descumpriram a decisão e mantiveram a ocupação. Na sexta-feira, a juíza autorizou o uso da força policial para garantir a desocupação.

Antes do confronto, a reitora da UERJ, Gulnar Azevedo e Silva, tentou dialogar com os estudantes, pedindo que deixassem o campus pacificamente para evitar a intervenção policial.


Histórico da ocupação

A ocupação, iniciada em 26 de julho de 2024, é uma resposta às mudanças nos critérios de concessão da bolsa de apoio à vulnerabilidade social e outras alterações administrativas impostas pela universidade no início de agosto. Os estudantes alegam que as medidas prejudicam cerca de 5 mil alunos, enquanto a UERJ afirma que o número de afetados é de aproximadamente 1,6 mil, com outros auxílios ainda em vigor.

Com a ocupação, cerca de 26 mil estudantes do campus Maracanã estão sem aulas desde o final de julho. A Justiça agendou uma audiência para o dia 2 de outubro para debater as reivindicações dos alunos.


Cortes e atrasos nas bolsas

Atualmente, 2,6 mil estudantes são considerados em situação de vulnerabilidade social e dependem de auxílios da universidade, como auxílio material, alimentação, transporte e bolsas mensais. Segundo os alunos, os auxílios estão atrasados e os critérios para concessão foram alterados de forma prejudicial, com muitos estudantes perdendo os benefícios.


Posicionamentos dos envolvidos

A reitoria da UERJ, em nota, lamentou a necessidade da desocupação forçada e afirmou que tentou negociar pacificamente com os estudantes. A universidade confirmou a entrada das forças policiais e o cumprimento da reintegração de posse, destacando que a maior parte dos manifestantes deixou o campus antes da intervenção policial, mas alguns foram detidos por descumprirem a ordem judicial.


A Polícia Militar, em comunicado, explicou que a operação foi realizada em apoio ao Judiciário e informou que a área foi desobstruída após manifestantes atearem fogo em objetos na via pública. A ação contou com o suporte do Grupamento Aeromóvel e reforço no policiamento local.


Por sua vez, a assessoria de imprensa do deputado Glauber Braga declarou que sua detenção foi ilegal, uma vez que um parlamentar só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável. O deputado estava no local para defender os estudantes contra o que considerou abusos das forças de segurança.


O presidente do PSOL do Rio de Janeiro, Juan Leal, também se manifestou, condenando o uso de força policial contra os estudantes e defendendo o direito à manifestação. O partido está acompanhando a situação e prestando apoio aos detidos.

A audiência marcada para outubro será crucial para definir os próximos passos dessa complexa situação, que envolve estudantes, universidade e autoridades do estado.


 
 
 

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